sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

faz frio quando não estás.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

10 de julho 2010



as saudades já são muitas... mas já está mais perto [':

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

não devia existir o tempo, não para nos lembrar que se encherá de vazio...

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

s/ título II


Às vezes pergunto-me porque nos enlouquecem os sonhos, com suas fantasias e impossibilidades. Mentiras que duram no inconsciente de um fechar de olhos e nos revoltam a alma, como marés turbulentas que arrastam os destroços para a beira mar. Ficam ali, quietos... o tempo que for preciso para que alguém os tome como uma mensagem de outros tempos que ficou por entregar.
Dizem que nada somos se não sonharmos e, que a própria vida não é mais que isso, um longo sonho cheio de caminhos tortuosos que acabará em vazio. Todos esperamos.

Sonhar dói. Dói no momento em que tudo termina, mesmo antes de ter chegado a acontecer e paramos somente para idealizar que nada existiu... Dói quando tudo poderia ter sido tão simples como é, quando fechamos os olhos e desenhamos o mundo com os nossos desejos. Dói quando a tua respiração desaparece no vazio do quarto...

Não sei porque o disse, mas neste momento vem-me uma frase de Fernando Pessoa à cabeça:
"Ah, não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram!"

 [fotografia de Daniela Morgado]

segunda-feira, 2 de novembro de 2009


São agudos os sons que chocam com a mente, fazem semicerrar os olhos e acreditar que por um instante o tempo pára e nada se move. Uma imagem estática daquilo que somos.
Estamos quietos, todos quietos. Saboreamos o silêncio e olhamos para dentro do que somos. Por segundos o mundo é apenas um buraco negro gigante, no qual não conseguimos tocar-lhe o fundo. Avançamos rápido, pensamos. Mergulhamos no tempo, em nós e não sentimos…não sentimos nada. Somos puros, ainda que num tempo que não existe.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

a chuva deixa-me sem nada.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

depois das 04h I

Já se faz tarde para deitar a cabeça junto da consciência. Sente-se o peso nos olhos quando tudo à volta são imagens em movimento. O raciocínio perde-se com os gestos. 
Recosto-me a escrever. Mas prefiro a escrita interior...as palavras que não chegam, nunca a sê-lo. Digo-as para dentro para ninguém ouvir. 

terça-feira, 6 de outubro de 2009

veneno.


Queria morrer num abraço. Na exactidão de um olhar e no calor daquilo que não foi preciso dizer. Queria os braços a enrolarem-me o corpo e uma respiração calma a chamar-me os impulsos. Mas a noite não o permite. Traz as estrelas e tudo o que é vago, arrasta a mente para esse labirinto de suposições… veneno.


[ direitos de autor - fotografia de Bubbles - http://olhares.aeiou.pt/Bolhas]

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

quebra-me o silêncio. suspira-me calma ao ouvido e desenha as palavras com as pontas dos dedos.
mas devagar. será mais fácil adormecer.



sexta-feira, 18 de setembro de 2009

chuva.

lá fora chove. uma chuva leve, é certo. talvez para lembrar que, cedo não haverão mais passeios quentes à beira mar, nem tardes à sombra das árvores. veio-o também para puxar o corpo à moleza caseira que arrasta o pensamento para a manhã fria que é a realidade.
lá fora chove. mas não me preocupo, deixo-me no conforto da escrita e no calor das palavras.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009


rodopiar... rodopiar...rodopiar... e deixar-me cair na leveza da alma.
é bom isto.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

analogias na varanda I

Recosto-me na imagem do céu. A noite vai longa e nada mais que o som do vento se ouve. À minha frente, a imagem da rua é quase imperceptível; na varanda consigo ver apenas o recorte dos telhados dos prédios que se amontoam e, pouco acima estende-se o céu em meu redor. 
Deixo a cabeça cair para trás, lá em baixo pouco interessa. A esta hora talvez passasse um carro de hora a hora, um grupo de pessoas de regresso a casa ou, ainda, o velhinho que passeava o cão. Movimento...acordar. Não me interessa.
As nuvens correm rápido pelo céu, arrastam-me com elas. Arrastam mesmo. Sinto-me por instantes levitar da cadeira e seguir aquilo que grita, há muito, bem cá dentro. Longe, longe...ainda que por mera alucinação.
Distraem-me as árvores. O tilintar das folhas e os múltiplos verdes que surgem com as sombras. Rápido me recosto de novo. As nuvens ainda me prendem. Andam mais rápido agora, cobrindo por instantes as poucas estrelas que os candeeiros não conseguem ofuscar. E, ainda que apenas por segundos é como se um calafrio me corresse pelo corpo. O sustentar da respiração, mesmo que leve, o sentir que tudo o que nos apaixona fosse arrastado por grandes tempestades. Resta-nos o silêncio do instante, o inconsciente de um momento efémero e tudo aquilo que não se disse. São como farpas... mas as nuvens passam... como o tempo.

domingo, 16 de agosto de 2009

paredes de coura

[fotografia de Daniela Morgado]

apenas porque apetece sempre voltar.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

s/ título.

Pergunto-me se haverá maior vazio que este de quase morrer aos poucos por não sentir. A alma não é mais transparente e as palavras que surgiriam fluídas são, agora entraves do pensamento. Quero escrever-me. Quero possuir esse espelho que outrora me reflectiria em cada letra e deixar de ser um soluço de emoções silenciadas. Que pese o tempo em meu corpo e que voltem esses devaneios insanos que me excitam e me embriagam.
Não fossem as noites infinitos caminhos sem objectivo, nem as madrugadas escassas de vontade. Assim voltaria a garra, voltaria a escrita qual prazer viciante esse de conseguirmos tocar-nos com palavras, doces carícias sob lábios solitários. Um engano para a solidão.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

shake me like a monkey.

Porque é verão e sabe bem a qualquer altura [:

segunda-feira, 29 de junho de 2009

às vezes são apenas coisas simples. caminhar à chuva, por exemplo.

terça-feira, 16 de junho de 2009

s/ título II

Há dias que não apetece sair de casa. Deixamos a vida correr do lado de fora das janelas enquanto escondemos os pensamentos de quem não deixa morrer o tempo.
Há dias em que não apetece sentir. Quando a cabeça se enche com demasiadas perguntas e se prende a tudo o que não chegou a ser, restam as utopias que desenhámos em noites mais longas.Há dias em que não queremos palavras. Não mais que as que nos acostumamos a ouvir e, mesmo essas, se tornam  frias  quando  são apenas passado.Há dias em que não apetece nada.
Há dias...e dias... e horas, e minutos e segundos e tempo... esse que nos mata aos poucos.

Daniela Morgado

segunda-feira, 8 de junho de 2009

(desas)sossego.


                                                                              
escrevo na sombra do pensamento. hoje não há nada que queira realmente dizer. talvez, que este vazio que me consome e me mata, deixa o meu corpo vulnerável ao precipício do inconsciente.
magoa este vazio nas palavras, este silêncio de sensações. o tempo rasga-me o corpo e lembra-me todos os dias essa fome de uma extensão do próprio tempo, uma procura nesse pequeno universo do que é sentir. sentir é possuir, mesmo que, mais tarde, isso seja apenas uma recordação...

o olhar para a janela é uma espécie de náusea, um desconforto real de ver que lá fora continua o silêncio banal que finjo ouvir. não quero as vozes, não quero os barulhos. hoje quero deixar-me cair nesse buraco negro de não existir. 
não existisse o tempo…

[Fotografia de Daniela Morgado]

quarta-feira, 27 de maio de 2009

manhã submersa.


sonho às escuras.            um preto e branco esquisito.           vazio.


não me lembro.

[fotografia de William Mortensen] 

domingo, 24 de maio de 2009

anesthetize part 2

deixo o som guiar-me o corpo enquanto o pensamento voa para outros destinos. penso-os... mas a madrugada arde nos olhos como um aviso constante de que é hora de os pés voltarem ao chão. e a música pára. os pensamentos param, nunca deixando realmente de lá estar... levitam como noites incompletas que ficarão para outro dia.

caio sob a cama. deixo-me dormir.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

são sonhos.

desenho o caminho dos teus dedos no meu corpo. fecho os olhos e tento imaginar o seu arrastar lento na minha pele. pedir-te-ia que escrevesses com as suas viagens. "o quê?", pergunto por ti. na minha cabeça surgem mil e uma palavras que chegariam para que me entregasse ao calor do teu corpo. mas não respondo. procuro os teus olhos com os meus ainda fechados e digo-te em silêncio: "nada, deita-te comigo, apenas". Aconchego-me nesse sonho que me apaixona e abraço-te. Na minha cabeça continuam as palavras... mas não me atrevo a sussurá-las.

sábado, 16 de maio de 2009

anesthetize part 1

...

aconchego-me no tédio do pensamento que em mim, já nada quer sentir. os desejos morrem à beira mar, como sonhos esquecidos que permanecem debaixo das almofadas para outro amanhecer. não os guardo. não mais. ou penso que não.



[fotografia de Alexandre P.]

terça-feira, 12 de maio de 2009

delírio.

[fotografia de Daniela Morgado]


se todos os dias pudessem ser como aquele, que se enchessem de quimeras as estações e que todos os amantes se deixassem levar pelos instintos. se tudo pudesse ser como foi, oxalá a existência congelasse num recorte protegido de todas as invejas carnais. fossem as noites tapetes infinitos de tempo onde escorregamos para o mais fundo das fraquezas e nos perdemos por ruas inscritas em toques desconhecidos.


sentir, sentir, sentir.
sim, faz-me saber que estou viva!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

palavras soltas.

[fotografia de Daniela Morgado]


encho os sonhos de mentiras e minto todos os desejos que tenho. possuir é estar longe daquilo que nos prende e se hoje, nada me agarra que seja eu essa alma vaganbunda que se esconde por detrás de nomes irreais. fujam essas loucuras que me fazem tremer o corpo e arrepiam os sentidos como um leve suspiro pela nuca.


minto.

terça-feira, 28 de abril de 2009

não tem título.

secassem por vezes os pecados insconscientes que brotam da mente como avalanches de momentos que ficam a assobiar bem junto do ouvido. canções tristes essas em que o corpo ousa esconder nas palavras. esses momentos que nunca existem sem ser nesse extâse mental que guardamos num suspiro.
queria eu, hoje dormir debaixo de um céu estrelado,para esquecer as impossibilidades inscritas nas minhas mãos. pudessem elas escorrer por esse rio de mágoas e desaguarem em mares de ninguém. assim esqueciam-se de mim como o tempo se esqueceu delas.seria bom...

apenas... fechar os olhos por um momento.

sábado, 25 de abril de 2009

segunda-feira, 20 de abril de 2009

sonhos de papel.


Lembro-me das janelas, como estavam embaciadas nesse dia. A chuva fazia-se sentir lá fora, acumulava-se em pequenas quedas nas folhas das árvores. Lá fora era névoa e vazio. E se todo aquele nada não mexesse comigo não teria visto aquele pequeno barco. Era um barco de papel coberto com as mensagens mais bonitas. Mudavam consoante o pensamento, atropelavam-se para justificar as críticas e entimidavam-se para sorrirem apenas aos carinhos. Via-o poucas vezes, que as viagens escreviam o seu nome nas margens, como um corpo de ninguém que vagueia para preencher as almas sozinhas. Esperava-o de braços apoiados na janela, e cada dia que passava sem as suas palavras era como um inverno gelado sem o calor de uma lareira. Pensava muita vezes nessa paixão pelo barco de papel, por esse universo de palavras que aparecia quando tudo parecia fugir... O papel preocupava-me. Era tão frágil, desfazia-se a cada despedida e deixava as palavras morrerem no lago, como os últimos suspiros de quem tinha mais para dizer. Ficam-se os sonhos nas margens para mais tarde se contarem a quem precisa de uma história para adormecer.
O barco nunca mais voltou e o rio que se tornou seu amante congelou para não deixar que outras palavras corressem no seu corpo.


[fotografia e texto por Daniela Morgado]

sexta-feira, 10 de abril de 2009

escrevo com saudades o teu nome nos lençóis.

domingo, 5 de abril de 2009

flutuo.


Sinto arrepios na espinha à medida que o fumo se enrola nas palavras. Os entraves do disco que toca mostram o excesso de uso e quebram o raciocínio. É como se por breves instantes, tudo realmente parasse.
Nesse buraco negro de tempo, não me alongo a dar nomes às sensações, possuo o instante que morre com o regresso da música. Sons distorcidos que tornam abstractos os caminhos. Desmancho-me no auge, nesse cume de loucura que acorda os sentidos e nos faz saborear que estamos vivos. Não salto, que é cedo demais para despertar. Mas ouço ao fundo os relógios da rotina que exigem o regresso.
Por um instante, por este mero instante quero partir. Muralhas do consciente; pudesse eu ser livre de todas essas lógicas e moralidades complexas. Morressem todos os porquês num simples gesto... Fossem fáceis todos os pretextos e todas as vontades que não passam de vontades...

Fecho os olhos, deixo-me ir com a música. Flutuo...


[ao som do dvd de pink floyd - pulse]

quinta-feira, 2 de abril de 2009

estranhos.

Se me ensinares o teu nome
prometo que os meus lábios
guardarão segredo.

Seremos cúmplices de uma mentira
que o tempo ousou prolongar.

despertar.


Gosto do acordar lento. Do arrastar dos corpos nos lençóis que fazem a manhã desaparecer em horas tardias. Ainda se sentem restos da noite anterior na mente... Limpam-se com o sol que rasga as frechas na janela.
Depois, o café no parque que deixa a boca lambuzada de sorrisos e conversas.
O tempo não existe aqui.
Texto e Fotografias por Daniela Morgado

domingo, 29 de março de 2009

ruínas.


O tempo agarra-se às paredes, faz estalar todos os pedaços de ti que esta casa ainda guarda. Consigo cheirar o teu cabelo pela manhã, quando em mim ainda tudo é sonho. E, agora que a Primavera faz avançar os corpos, tiro o pó das palavras que deixaste morrer em cima da mesa e guardo-as nesse beijo que ficou por dar.
As janelas estão baças desde aquele pôr do sol.
Não voltarei a ver outro sem ti.


Fotografia - Daniela Morgado

sexta-feira, 27 de março de 2009

lixivia,

[A casa parece esconder velhas poeiras aos cantos. Pedaços pegajosos que não querem partir, que se agarram à lembrança e fazem os olhos tremer de incómodo. Assopro. Esvoaçam os mal dizeres e morrem as esperanças no vento, mas o que parte já não se deseja. Não custa.

Uma lufada de ar fresco.
Voam as palavras, esborrata-se a tinta... zangam-se e atropelam-se ao sair, desarrumam o bem estar.

Ah integridade. Todos a possuísem.
Vou dedicar-me ao yoga.]

domingo, 22 de março de 2009

plastic.


A sentença dos gestos tímidos que guardo,
morre na beira mar do desejo e enche-me de pecado os sonhos.

terça-feira, 17 de março de 2009

quando o tempo não existe.

Sinto o mundo fugir-me dos pés. Já não calculo esse passo final entre o racional e o abismo da loucura. Desfaço-me aos poucos. Por cá deixo primeiro os sonhos, que deles nada mais restará senão a memória de um último sussurro que ficou por decifrar. Desejos… são sempre os desejos que se prendem aos nós na garganta, qual gosto amargo esse que chama o arrependimento e desdenha da timidez.
As recordações, deixo-as também. Despeço-me de cada uma com uma última imagem e, num segundo, cabem mais que todas as estrelas. Como se num momento nos sugassem tudo o que esperámos levar para outras dimensões. Cuidarei de deixar que fiquem também palavras para os que não partem comigo, em jeito de agradecimento pelas horas de entrega…

Respiro fundo…
O som do mar.

Não falta muito. As nuvens parecem formar uma bolha de algodão para que não seja este o momento final. Por instantes, consigo sorrir. O mundo afinal consegue ser irónico.
O som do mar dava-me a certeza do que estava por debaixo de todo aquele branco. Vinham-me à cabeça as teorias do nada e o do vazio e sentia-me experimentar já um pouco desse outro espaço de tempo.

Volto.
O som do mar. Mais forte. Cada vez que a espuma embatia contra as rochas lá em baixo, soava a algo desejado, uma última exigência. Puxava de mais por mim, desconcertava-me os pensamentos que se atropelavam nas esquinas do irreal. A força da água parecia entrar em mim e tentar roubar a última coisa que restava.



Não, as loucuras não deixo aqui, que sempre foram elas que me alimentaram a esperança.

segunda-feira, 16 de março de 2009

fim do mundo.

[Fotografia por Daniela Morgado]


Deixo as horas em casa. Não tenciono lembrar-me delas, não quando o som dos pássaros me traz esse final de tarde distante de costas sobre a relva, onde o céu era feito de canções e nuvens que, como nós, fugiam ao tempo.

Sinto ainda o calor desse sorriso encostado ao ombro, desse caos que deixaste dentro de mim.

sexta-feira, 13 de março de 2009

(in)temporal.

Sento-me na calma do raciocínio. Hoje as ideias surgem devagar e à medida que os desejos se enrolam, os olhos parecem querer apagar tudo o que os rodeia. Sonho com o tempo. Ou com a sua ausência. Momentos efémeros que, por instantes, quase podiam ser uma vida, ocupam-me agora as palavras.
Podia dizê-los de uma só vez, sem esperar roubar-lhes a essência. Mas a quietude de tudo o que é vago parece tão apetecível.

Quando os sonhos não têm moradas acabam sempre por permanecer debaixo dos telhados memória. E, se um dia, algum deles fugir será por culpa desse nome que nunca proferi.