segunda-feira, 29 de junho de 2009

às vezes são apenas coisas simples. caminhar à chuva, por exemplo.

terça-feira, 16 de junho de 2009

s/ título II

Há dias que não apetece sair de casa. Deixamos a vida correr do lado de fora das janelas enquanto escondemos os pensamentos de quem não deixa morrer o tempo.
Há dias em que não apetece sentir. Quando a cabeça se enche com demasiadas perguntas e se prende a tudo o que não chegou a ser, restam as utopias que desenhámos em noites mais longas.Há dias em que não queremos palavras. Não mais que as que nos acostumamos a ouvir e, mesmo essas, se tornam  frias  quando  são apenas passado.Há dias em que não apetece nada.
Há dias...e dias... e horas, e minutos e segundos e tempo... esse que nos mata aos poucos.

Daniela Morgado

segunda-feira, 8 de junho de 2009

(desas)sossego.


                                                                              
escrevo na sombra do pensamento. hoje não há nada que queira realmente dizer. talvez, que este vazio que me consome e me mata, deixa o meu corpo vulnerável ao precipício do inconsciente.
magoa este vazio nas palavras, este silêncio de sensações. o tempo rasga-me o corpo e lembra-me todos os dias essa fome de uma extensão do próprio tempo, uma procura nesse pequeno universo do que é sentir. sentir é possuir, mesmo que, mais tarde, isso seja apenas uma recordação...

o olhar para a janela é uma espécie de náusea, um desconforto real de ver que lá fora continua o silêncio banal que finjo ouvir. não quero as vozes, não quero os barulhos. hoje quero deixar-me cair nesse buraco negro de não existir. 
não existisse o tempo…

[Fotografia de Daniela Morgado]