domingo, 5 de abril de 2009

flutuo.


Sinto arrepios na espinha à medida que o fumo se enrola nas palavras. Os entraves do disco que toca mostram o excesso de uso e quebram o raciocínio. É como se por breves instantes, tudo realmente parasse.
Nesse buraco negro de tempo, não me alongo a dar nomes às sensações, possuo o instante que morre com o regresso da música. Sons distorcidos que tornam abstractos os caminhos. Desmancho-me no auge, nesse cume de loucura que acorda os sentidos e nos faz saborear que estamos vivos. Não salto, que é cedo demais para despertar. Mas ouço ao fundo os relógios da rotina que exigem o regresso.
Por um instante, por este mero instante quero partir. Muralhas do consciente; pudesse eu ser livre de todas essas lógicas e moralidades complexas. Morressem todos os porquês num simples gesto... Fossem fáceis todos os pretextos e todas as vontades que não passam de vontades...

Fecho os olhos, deixo-me ir com a música. Flutuo...


[ao som do dvd de pink floyd - pulse]

2 comentários:

  1. sabe mesmo bem flutuar quando bem nos apetece, ao som da música que bem nos apetece ~~

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  2. "Não salto, que é cedo demais para despertar. Mas ouço ao fundo os relógios da rotina que exigem o regresso."


    LINDO!!!!!!!!!!!!!!!!!!


    Passar por aqui é sempre óptimo.


    ;)

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