terça-feira, 1 de dezembro de 2009

s/ título II


Às vezes pergunto-me porque nos enlouquecem os sonhos, com suas fantasias e impossibilidades. Mentiras que duram no inconsciente de um fechar de olhos e nos revoltam a alma, como marés turbulentas que arrastam os destroços para a beira mar. Ficam ali, quietos... o tempo que for preciso para que alguém os tome como uma mensagem de outros tempos que ficou por entregar.
Dizem que nada somos se não sonharmos e, que a própria vida não é mais que isso, um longo sonho cheio de caminhos tortuosos que acabará em vazio. Todos esperamos.

Sonhar dói. Dói no momento em que tudo termina, mesmo antes de ter chegado a acontecer e paramos somente para idealizar que nada existiu... Dói quando tudo poderia ter sido tão simples como é, quando fechamos os olhos e desenhamos o mundo com os nossos desejos. Dói quando a tua respiração desaparece no vazio do quarto...

Não sei porque o disse, mas neste momento vem-me uma frase de Fernando Pessoa à cabeça:
"Ah, não há saudades mais dolorosas do que as das coisas que nunca foram!"

 [fotografia de Daniela Morgado]

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