segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Utopias.



Um copo de vinho ou dois. Quem sabe até mais. Preciso de um açoite nas palavras que se escondem e, hoje, não querem sair. É certo que a noite é uma criança mas o papel morre seco na saudade do toque da tinta.
O som distante e ciumento do violino distrai a escrita que não nasceu. Soam como gritos de outrora, pequenos segredos das marés que brotam no corpo. Partilho o vazio desta página com mais um cigarro. Transformo o gesto numa metáfora. E serão as cinzas as minhas palavras, o corpo mole que arde a minha fatalidade. E então, as ondas que se torcem no espaço como fantasmas do tempo, serão apenas a poesia do momento. Utopias.

Daniela Morgado

terça-feira, 5 de outubro de 2010

sem nexo..

contraem-se os sonhos em curtas imagens. palpitações que surgem quando já pesam as pálpebras e tudo o que nos mantém acordados são vontades aleatórias. fossem os sonhos pequenos calafrios que não pedissem à saudade para acordar, como pequenos suspiros que nos embalam mas de manhã foram o pensamento ficou entre o sono e o despertar. não o lembramos. tudo isto para não serem os lençóis um mar de momentos que nos envolvem e fazem não querer sair. se assim fosse, não seria a noite um mar de tempo que vai morrendo na impossibilidade dos sonhos. palavras estranhas e frases sem nexo. é tudo cá dentro.

mas eu queria..queria mesmo. o regresso.