quarta-feira, 27 de maio de 2009

manhã submersa.


sonho às escuras.            um preto e branco esquisito.           vazio.


não me lembro.

[fotografia de William Mortensen] 

domingo, 24 de maio de 2009

anesthetize part 2

deixo o som guiar-me o corpo enquanto o pensamento voa para outros destinos. penso-os... mas a madrugada arde nos olhos como um aviso constante de que é hora de os pés voltarem ao chão. e a música pára. os pensamentos param, nunca deixando realmente de lá estar... levitam como noites incompletas que ficarão para outro dia.

caio sob a cama. deixo-me dormir.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

são sonhos.

desenho o caminho dos teus dedos no meu corpo. fecho os olhos e tento imaginar o seu arrastar lento na minha pele. pedir-te-ia que escrevesses com as suas viagens. "o quê?", pergunto por ti. na minha cabeça surgem mil e uma palavras que chegariam para que me entregasse ao calor do teu corpo. mas não respondo. procuro os teus olhos com os meus ainda fechados e digo-te em silêncio: "nada, deita-te comigo, apenas". Aconchego-me nesse sonho que me apaixona e abraço-te. Na minha cabeça continuam as palavras... mas não me atrevo a sussurá-las.

sábado, 16 de maio de 2009

anesthetize part 1

...

aconchego-me no tédio do pensamento que em mim, já nada quer sentir. os desejos morrem à beira mar, como sonhos esquecidos que permanecem debaixo das almofadas para outro amanhecer. não os guardo. não mais. ou penso que não.



[fotografia de Alexandre P.]

terça-feira, 12 de maio de 2009

delírio.

[fotografia de Daniela Morgado]


se todos os dias pudessem ser como aquele, que se enchessem de quimeras as estações e que todos os amantes se deixassem levar pelos instintos. se tudo pudesse ser como foi, oxalá a existência congelasse num recorte protegido de todas as invejas carnais. fossem as noites tapetes infinitos de tempo onde escorregamos para o mais fundo das fraquezas e nos perdemos por ruas inscritas em toques desconhecidos.


sentir, sentir, sentir.
sim, faz-me saber que estou viva!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

palavras soltas.

[fotografia de Daniela Morgado]


encho os sonhos de mentiras e minto todos os desejos que tenho. possuir é estar longe daquilo que nos prende e se hoje, nada me agarra que seja eu essa alma vaganbunda que se esconde por detrás de nomes irreais. fujam essas loucuras que me fazem tremer o corpo e arrepiam os sentidos como um leve suspiro pela nuca.


minto.