quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
segunda-feira, 6 de dezembro de 2010
terça-feira, 30 de novembro de 2010
sábado, 20 de novembro de 2010
luna.
Quando sentires o cheiro guardado nas estórias deste livro saberás quantas vezes morri sem o teu regresso, deixando que o teu sabor me ferisse os lábios vazios e que a tua imagem mordesse o mármore dourado pelo sol da manhã.
Quando leres as palavras que dobrei entre as páginas da minha existência,
saberás que não guardei nenhuma estrela presa noutros abraços,
nem nenhuma rosa murcha entre doces espinhos que
me rasgaram a carne em lágrimas tão amargas quanto a tua ausência.
Quando a noite esconder as palavras que escorregam na geometria deste livro
saberás que os meus dias já não são dias
e que o tempo já não se estende nas rotas do meu corpo.
Daniela Morgado
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
albea.
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
Utopias.
O som distante e ciumento do violino distrai a escrita que não nasceu. Soam como gritos de outrora, pequenos segredos das marés que brotam no corpo. Partilho o vazio desta página com mais um cigarro. Transformo o gesto numa metáfora. E serão as cinzas as minhas palavras, o corpo mole que arde a minha fatalidade. E então, as ondas que se torcem no espaço como fantasmas do tempo, serão apenas a poesia do momento. Utopias.
terça-feira, 5 de outubro de 2010
sem nexo..
domingo, 26 de setembro de 2010
sábado, 18 de setembro de 2010
Ain't nothing gonna get you to heaven
Well don't you think you oughta?
Be waiting a while,
Are you acting, on what your heart has told you,
Is nothing gonna' hold you, from flying away, a-ha
Flying away a-ha, flying away.
'Cause there's nowhere to go,
Though the road is out stretching before you,
and the farther you go,
I said,
-Ain't nothing gonna get you to heaven
I said,
-Ain't nothing gonna get you to heaven
and you know just who you are
and you know that there's something between us,
and you like what you feel, but
-I can tell that you're not gonna turn back-
-Well I can tell that you're not gonna turn back-
And don't you know I'm a little bit sad, oh-no
Oh-la-la-la-la Arrgh
Mister, you better get a move on
You better get a fix on,
Mmm-you better walk straight.
I said Lady, oh take me if you want me, oh,
take me as you find me,
Oh, I'm needing your love so bad
And there's nowhere to go,
though the road is out stretching before you,
and the farther you go,
I said,
-Ain't nothing gonna get you to heaven
I said,
-Ain't nothing gonna get you to heaven
and you know just who you are
and you know that there's something between us, and,
you like what you feel, but,
-I can tell that you're not gonna turn back-
But,
-I can tell that you're not gonna turn back
And don't you know I'm a little bit sad, sad, sad, sad.
(Takin' the long way, and no turning back)
sexta-feira, 17 de setembro de 2010
olhares.
domingo, 5 de setembro de 2010
coisas antigas IV
Aqui a chuva morre na janela
num compasso agitado do tempo
e lá fora não há mais que
o frio cortante que esconde os corpos.
Os meus dedos escorregam por
aquilo que podia ser o teu nome
nos vidros embaciados.
Se lá fora te encontrasse,
talvez saísse por estas ruas cinzentas
só para abraçar o calor da tua presença.
Assim, deixo-me aqui envolta
em tudo aquilo que me lembra de ti…
Não, não aches estranho,
tudo o que me aquece em dias vazios
é o conforto das memórias que jazem nesta cama.
A tua imagem continua aqui ao meu lado
como uma alucinação constante,
uma droga para me esquecer
que talvez nunca voltes.
Se não me quiseres, não me digas.
Prefiro continuar a acreditar nas cartas de amor
com que me pintaste o corpo.
Daniela Morgado
quarta-feira, 18 de agosto de 2010
tu.
sábado, 17 de julho de 2010
sin.
segunda-feira, 12 de julho de 2010
domingo, 4 de julho de 2010
s/ título.
domingo, 6 de junho de 2010
quinta-feira, 13 de maio de 2010
tédio.
domingo, 2 de maio de 2010
terça-feira, 20 de abril de 2010
iii
quarta-feira, 7 de abril de 2010
ii
sexta-feira, 2 de abril de 2010
terça-feira, 23 de março de 2010
domingo, 14 de março de 2010
como um desejo escondido sob os lençóis.
o teu silêncio, espero-o para me acalmar as palavras
guardadas há tanto tempo no fundo de uma gaveta
para que tu, viajante sem rumo, as tomes
e com elas teças o caminho de mais uma
dessas viagens que sempre acabam na linha do horizonte .
posso nunca saber o teu nome.
posso querer-te mesmo sem te querer.
que essa paixão que o vento carrega,
que as marés trazem no medonho das ondas
não é mais que a saudade que se tranca
sob o tecto de quem te vê, de novo, partir.
que se arraste nas brumas que dormem sobre o mar
este amor que me consome e é tão só,
como só está a cama em que esqueces as tempestades.
nunca te perguntaste nas tuas viagens,
oh, estranho viajante, de quem eram as lágrimas
que o teu barco pisava quando eram outras
as rotas do teu destino?
nunca te perguntaste de quem eram os gritos
que pareciam surgir do fundo do mar
como se as marés aniquilassem um resto
de vida presente num corpo?
espero um anúncio de ti sob o mar.
aqui, na orla da praia,
enquanto as ondas se desdobram na saudade
sou a silhueta distorcida que tempo apagou.
um corpo, um raio de luz.
o teu farol.
sábado, 13 de março de 2010
i
Arrasto me nesta loucura incessante de ti, desse querer que hoje me consome e me mata. Esse adeus que não foi tocado, olhado, abraçado. Ardem me no c orpo todas as estações que passam sem ti. Doem como cicatrizes fundas de beijos de outrora. Abrem-se no corpo como frexas de uma memória de ti, criança da lua.
Ainda espero que voltes. Aguardo o sussuro debaixo do ouvido e o calor de um regresso que longe se avizinha. Não te guardo mágoas, não. Apenas o peso das escolhas que hoje aumentam a tua ausência.
Tenho saudades do mar. Do pôr do sol. Das horas que sumiam.
Hoje seria diferente.
segunda-feira, 8 de março de 2010
coisas antigas III
vapores que se afogam nos países dos dedos
e acendem a chama do teu nome,
que se atreve sobre o meu.
Existe o som das gotas de água sobre
desejos perversos de te ter.
Possuir-te e abraçar gemidos sussurrados
que escapam dos teus lábios,
fazendo morrer o dia com
o primeiro beijo da noite.
O teu toque fechado sobre os meus seios,
A tua mão em utopias proibidas de mim.
Dorme comigo, hoje.
Afoga-te em mim.
domingo, 7 de março de 2010
Poetas
Sem nada jà que me atraia, nem nada que desejar,
Farei um sonho, terei meu dia, fecharei a vida,
E nunca terei agonia, pois dormirei de seguida.
A vida é como uma sombra que passa por sobre um rio
Ou como um passo na alfombra de um quarto que jaz vazio;
O amor é um sonho que chega para o pouco ser que se é;
A gloria concede e nega; não tem verdades a fé.
Por isso na orla morena da praia calada e sò,
Tenho a alma feita pequena, livre de màgoa e de dò;
Sonho sem quase jà ser, perco sem nunca ter tido,
E comecei a morrer muito antes de ter vivido.
Dêem-me, onde aqui jazo, sò uma brisa que passe,
Não quero nada do acaso, senão a brisa da face;
Dêem-me um vago amor de quanto nunca terei,
Não quero gozo nem dor, não quero vida nem lei.
Sò, no silêncio cercado pelo som brusco do mar,
Quero dormir sossegado, sem nada que desejar,
Quero dormir na distância de um ser que nunca foi seu,
Tocado do ar sem fragrância da brisa de qualquer céu.
terça-feira, 2 de março de 2010
dont go.
domingo, 7 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
coisas antigas II
E, é aqui que a saudade começa.
Fotografia de Daniela Morgado
quarta-feira, 20 de janeiro de 2010
coisas antigas.
ele disse-me tantas vezes que o céu era o limite. e de o dizer tantas vezes comecei a olhá-lo de modo diferente. o mar. o céu. a linha. e depois… talvez o nada. talvez as grades que encerravam os sonhos dos humanos. uma porta fechada para aqueles que tentam abri-la de noite quando as estrelas se lhes perdem nos olhos e o mundo lhes foge das mãos.
ele disse-me tantas vezes que o céu era o limite. abraçava-me depois e dizia que via o céu e o mar nos meus olhos e que o meu sorriso lhe despertava os sentidos. disse tantas coisas que mesmo não as dizendo me faziam corar. os seus dedos, leves sobre o meu rosto, eram segredos que guardava na alma.
ele disse-me tantas vezes…
ele disse-me e partiu.