segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Utopias.



Um copo de vinho ou dois. Quem sabe até mais. Preciso de um açoite nas palavras que se escondem e, hoje, não querem sair. É certo que a noite é uma criança mas o papel morre seco na saudade do toque da tinta.
O som distante e ciumento do violino distrai a escrita que não nasceu. Soam como gritos de outrora, pequenos segredos das marés que brotam no corpo. Partilho o vazio desta página com mais um cigarro. Transformo o gesto numa metáfora. E serão as cinzas as minhas palavras, o corpo mole que arde a minha fatalidade. E então, as ondas que se torcem no espaço como fantasmas do tempo, serão apenas a poesia do momento. Utopias.

Daniela Morgado

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