sábado, 20 de novembro de 2010

luna.

Quando sentires o cheiro guardado nas estórias deste livro
 saberás quantas vezes morri sem o teu regresso,
deixando que o teu sabor me ferisse os lábios vazios 
e que a tua imagem mordesse o mármore dourado pelo sol da manhã.

Quando leres as palavras que dobrei entre as páginas da minha existência, 
saberás que não guardei nenhuma estrela presa noutros abraços, 
nem nenhuma rosa murcha entre doces espinhos que
 me rasgaram a carne em lágrimas tão amargas quanto a tua ausência.

Quando a noite esconder as palavras que escorregam na geometria deste livro
 saberás que os meus dias já não são dias
e que o tempo já não se estende nas rotas do meu corpo.


Daniela Morgado

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