O som distante e ciumento do violino distrai a escrita que não nasceu. Soam como gritos de outrora, pequenos segredos das marés que brotam no corpo. Partilho o vazio desta página com mais um cigarro. Transformo o gesto numa metáfora. E serão as cinzas as minhas palavras, o corpo mole que arde a minha fatalidade. E então, as ondas que se torcem no espaço como fantasmas do tempo, serão apenas a poesia do momento. Utopias.
Daniela Morgado